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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SONETO DE SEPARAÇÃO

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante

Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
(Vinícius de Moraes)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Morena Flor

"Morena flor me dê um cheirinho
Cheinho de amor
Depois também me dê todo esse denguinho
Que só você tem
Sem você o que ia ser de mim
Eu ia ficar tão triste
Tudo ia ser tão ruim
Acontece que a Bahia fez você todinha assim
Só para mim"

Morena Flor - Vinicius de Moraes




Hoje tô assim ... meio que romântica ...  cheia de dengo.








quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tentando me reencontrar no que restou,
Juntando todos os cacos do que foi um dia meu motivo de felicidade.
Por que sempre é assim?
Por que as fortes sempre choram?
Por que as decididas sempre perdem?
Por que as que amam sofrem?

sábado, 8 de maio de 2010

A DANÇARINA


"Um dia, veio à corte do Príncipe de Birkasha, uma dançarina e seus músicos. ...e ela foi aceita na corte...e ela dançou a música da flauta, da cítara e do alaúde.

Ela dançou a dança das chamas e do fogo, a dança das espadas e das lanças; e ela dançou a dança das flores ao vento.

Ao terminar, virou-se para o príncipe e fez uma reverência. Ele então, pediu-lhe que viesse mais perto e perguntou-lhe: 'Linda mulher, filha da graça e do encantamento, de onde vem tua arte e como é que comandas todos os elementos em seus ritmos e versos?

A dançarina aproximou-se, e curvando-se diante do príncipe disse: Majestade, respostas eu não tenho às vossas perguntas. Somente isso eu sei: a alma do filósofo vive em sua cabeça, a alma do poeta vive em seu coração, a alma do cantor vive em sua garganta, mas a alma da dançarina habita em todo o seu corpo.”

Extraído do livro "O Viajante" de Khalil Gibran
Tradução: C.Offner

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Keith Richards diz em autobiobrafia que quer ser bibliotecário


Segundo o 'Sunday Times', durante a juventude na Inglaterra do pós-guerra, o roqueiro se refugiava na leitura

O guitarrista Keith Richards, do Rolling Stones, tem o sonho secreto de ser
bibliotecário, diz o próprio em uma autobiografia que está prestes a ser publicada.

O guitarrista dos StonesSegundo a edição desta segunda, 5, do jornal inglês "The Sunday Times", o músico confessa no livro que, apesar de sua imagem de roqueiro, há anos cultiva uma paixão pelos livros e inclusive recebeu formação profissional para organizar os guardados em suas casas na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Em sua biografia, pela qual teria recebido US$ 7,3 milhões por antecipação, Richards explica que tentou aplicar um sistema utilizado pelos bibliotecários para ordenar seus livros, entre eles muitos sobre a história do rock e a 2.ª Guerra Mundial.

Além disso, Richards atuou como uma "biblioteca pública" ao emprestar exemplares de autores britânicos como Bernard Cornwell e Len Deighton para seus amigos, diz o jornal.

Segundo o "The Sunday Times", durante sua juventude na austera Inglaterra do pós-guerra, o roqueiro se refugiava na leitura antes de encontrar o blues.

Para Richards, "quando você cresce, há duas instituições que o afetam especialmente: a Igreja, que pertence a Deus, e a biblioteca, que pertence a você. A biblioteca pública é igualitária".


Fonte:Estadão

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ENTRE CIGARROS E VINHO...

...E ao som de No Rain do Blind melon...
Sim,"Todos nós temos um lugar no mundo."E o nosso é aqui nesse cemitério onde encontramos a paz entre garrafas de conhaque,vinho e absinto apreciando a luz da Lua.Rimos e choramos,debochamos da rotina.Somos livres e a liberdade,nosso grande prêmio,é a nossa essência,e está dentro de nós por definitivo.

I just want some one to say to me,oh oh oh oh
"I'll always be there when you wake"

Entre cigarros e vinho,livros e rock n' roll,vida e morte,poesia e realidade estamos aqui...

"...it's not sane,it's not sane..."

domingo, 4 de abril de 2010

Andrea Doria

"Às vezes parecia
Que, de tanto acreditar

Em tudo que achávamos tão certo
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir

Não queria te ver assim

Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada

Às vezes parecia

Que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto
Até chegar o dia em que tentamos ter demais
Vendendo fácil o que não tinha preço
Eu sei, é tudo sem sentido
Quero ter alguém com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim

Nada mais vai me ferir

É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como eu sei que tens também."

            Como cantei essa música!
            Daqui a três dias faço aniversário, e as músicas da minha adolescência ficam mais compreendidas. 
            O trecho em destaque é bem explicíto sobre o que eu sentia na época, não queria ninguém falso, mas alguém que me ouvisse sem me julgar, ou usasse o que eu dizia contra mim, e de como as coisas era mais "possíveis" para quem não tinha limites e medo de nada, pois eu seguia as minhas próprias leis na estrada errada que seguia.

Foto: Ian Curtis - Joy Division

segunda-feira, 29 de março de 2010

LEMBRANÇAS...

Resolvi hoje arrumar meu armario,algo que ja devia ter feito há muito tempo...E em meio a tantos papéis inúteis que foram descartados,estava uma pasta onde guardo algumas cartas,cartões de Natal,Aniversário,bilhetes,etc...
Lembranças...
Lembranças de tantas coisas!amigos,amores,pais,irmão...Alguns já se foram,outros perdi contato ou já nao nos falamos tanto assim ,nesses pedaços de papel estão minhas melhores lembranças,e digo que também as piores.Estão ali escritos uma parte da minha história de lutas,alegrias,tristezas,perdas e de como eu sou feliz por ter passado por tudo isso e ainda estar de pé.Tenho orgulho de ser o que sou.
Encontrei em meio as cartas uma crônica de Paulo Coelho denomimada "Do sábio" que é obra integrante do livro "Maktub" :
Um velho sábio chinês estava caminhando por um campo de neve
quando viu uma mulher chorando.
"Por que choras?",perguntou ele.
"Porque me lembro do passado,da minha juventude,da beleza que
via no espelho,dos homens que amei.Deus foi cruel comigo porque
me deu memória. Ele sabia que eu ia sempre recordar a primavera
de minha vida e chorar".
O sábio ficou contemplando o campo de neve ,com o olhar fixo em
um determinado ponto.À certa altura,a mulher parou de chorar:
"O que estás vendo aí?",perguntou ela,intrigada com a atitude dele.
"Um campo de rosas",disse o sábio."Deus foi generoso comigo porque
me deu memória.Ele sabia que,no inverno,eu poderia sempre recordar
a primavera e sorrir".
"A vida é como uma caixa de bombons,você nunca sabe o que vai encontrar lá dentro...mas é sempre bom."( trecho do filme"Forrest Gump").

domingo, 14 de março de 2010

E NO CEMITÉRIOS DOS LIVROS ESQUECIDOS....


Fui dar em Budapeste graças a um pouso imprevisto,quando voava de Istambul a Frankfurt,com conexão para o Rio.a companhia ofereceu pernoite num hotel do aeroporto,e só de manhã nos informariam que o problema técnico,responsável por esta escala,fora na verdade uma denúncia de anônima de bomba a bordo.No entanto,espiando por alto o telejornal da meia-noite,eu já me intrigara ao reconhecer o avião da companhia alemã parado na pistado aeroproto local.Aumentei o volume,mas a locução era em húngaro,única língua do mundo que,segundo as más línguas,o diabo respeita.Apaguei a tevê,no Rio eram sete da noite,boa hora para telefonar para casa;atendeu a secretária eletrônica,não deixei recado,nem faria sentido dizer:oi,querida,sou eu,estou em Budapeste,deu bode no avião,um beijo.

Introdução à Budapeste,de Chico Buarque

sábado, 13 de março de 2010


Moradores de Nova York abandonam livros velhos
As bibliotecas da cidade chegam a recusar doações por causa do volume de livros rejeitados. Alguns são salvos e vendidos em banquinhas de rua, outros são reciclados e viram até caixa de pizza.
De Nova York, uma das maiores metrópoles do mundo, o novo correspondente da Globo, Flávio Fachel, mostra um hábito estranho dos moradores.
Na cidade grande dos apartamentos apertados, espaço pode valer mais que cultura. Depois de uma mudança, é comum achar nos apartamentos vazios de Manhattan livros pesados e volumosos. E muita gente se muda todos os dias.

O zelador de um prédio confirma: pelo menos uma vez por mês, recolhe vários livros abandonados pelos moradores e os entrega para o lixeiro. O que ele sente quando faz isso? “É desperdício de conhecimento, uma vergonha”, ele diz.

As bibliotecas da cidade chegam a recusar doações por causa do volume de livros rejeitados que são oferecidos todos os dias. Alguns são salvos por camelôs. À noite, um deles diz que passa nas latas de lixo, seleciona livros que foram jogados fora e põe tudo à venda na calçada. Existem centenas de banquinhas espalhadas por Nova York. Alguns livros, recebem preço não muito nobre. Outros, tem melhor sorte.

Ninguém sabe exatamente quantos livros acabam ficando para trás nesse entra e sai de gente em apartamentos para alugar em Nova York.

Mas numa loja especializada em compra e venda de livros usados, nós descobrimos que, pelo menos alguns, podem ser redescobertos.

Como um que faz parte da primeira edição de ‘Alice no país das maravilhas’ e que foi avaliado em US$ 15 mil. Agora, em vez de ficar esquecido no fundo de um armário, o lugar dele é dentro de um cofre.

Mas o destino da gigantesca maioria dos livros abandonados na cidade é mesmo uma barcaça. Todos os dias, ela ajuda a recolher 1,6 mil toneladas de papel para uma usina de reciclagem.

Não é preciso caminhar muito no lixo para achar livros de química, romances populares e até livros infantis.

Eles são triturados junto com o resto dos papéis e transformados numa massa cinza que, oito horas depois, vira papelão.

Os livros podem até ter desaparecido, mas, de uma forma ou de outra, continuam ajudando a escrever uma outra página da cultura americana. Lá na usina de reciclagem, eles viram caixas de pizza, que são vendidas nas esquinas de Manhattan.
fonte:Jornal Nacional em,12/03/2010