
Fui dar em Budapeste graças a um pouso imprevisto,quando voava de Istambul a Frankfurt,com conexão para o Rio.a companhia ofereceu pernoite num hotel do aeroporto,e só de manhã nos informariam que o problema técnico,responsável por esta escala,fora na verdade uma denúncia de anônima de bomba a bordo.No entanto,espiando por alto o telejornal da meia-noite,eu já me intrigara ao reconhecer o avião da companhia alemã parado na pistado aeroproto local.Aumentei o volume,mas a locução era em húngaro,única língua do mundo que,segundo as más línguas,o diabo respeita.Apaguei a tevê,no Rio eram sete da noite,boa hora para telefonar para casa;atendeu a secretária eletrônica,não deixei recado,nem faria sentido dizer:oi,querida,sou eu,estou em Budapeste,deu bode no avião,um beijo.
Introdução à Budapeste,de Chico Buarque
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