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segunda-feira, 7 de junho de 2010

O sexo como caminho da salvação

     O escritor Henry Miller - cujo primeiro romance, Trópico de Câncer (1934), conquistou a admiração dos críticos e valeu ao autor o desprezo de toda uma sociedade foi o último representante de uma estirpe de grandes escritores da literatura norte-americana, como Hemingway e Foulkner. Condenado e perseguido, acusado de pornografia, ele proclamava a "absoluta inocência" dos valores do sexo, e terminou por impô-los nos seus escritos.
     "O sexo, o sexo", repetia, "é só o que existe". A libertação sexual, para ele, tornava-se uma etapa no longo caminho para a plenitude da integração de sacro e do profano, para o encontro consigo mesmo, e por conseguinte com Deus.
     Antes de tornar-se escritor, Miller fez de tudo: empregado de uma loja de vaqueiros, mineiro, carteiro e repórter. Sempre escreveu em oposição a sua mãe: "Eu a odiei em toda a minha vida. Era uma mulher rígida, puritana, nunca nos demos bem. Nunca leu nada do que escrevi porque eu não queria tornar-me um alfaiate como meu pai e assumir o seu lugar". Acima de tudo, porém, odiava o puritanismo dela.
     Diante das proibições que encontrou no caminho ao defender suas obras, ele se limitava a citar a "Epístola de Paulo aos romanos, XIV": "Não há nada impuro em si, mas para aquele que julga alguma coisa impura, ele é impura". A Obra de Miller se caracteriza por um estilo retórico, febril e desordenado, que o tornou um mestre da literatura norte-americana. Mas não foi sempre assim, e para chegar a isso, muitas páginas foram jogadas fora antes de Trópico de Câncer, mas nada se perdeu com isso, pois o grande escritor nasceu na hora em que começou a escrever as primeiras páginas deste livro.

     Henry Miller Morreu no dia sete de Junho de 1980 aos 88 anos.